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    Aumenta a exposição aos crimes violentos no estado de São Paulo entre 2021 e 2022, segundo análise do Instituto Sou da Paz; confira a posição da sua cidade

    4 de dezembro de 2023 às 10:11

    Nova edição do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV) 2021/2022 calcula o impacto da população flutuante na violência das cidades litorâneas; crimes de natureza sexual cresceram em todo o estado de um ano para o outro

    A exposição aos crimes violentos piorou na maioria dos municípios do estado de São Paulo entre os anos de 2021 e 2022, revela a recém-lançada edição do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV), produzida pelo Instituto Sou da Paz. Embora haja piora em todos os subíndices que são considerados no cálculo final do IECV, chama a atenção a alta dos crimes de natureza sexual, que cresceram de forma uniforme em todo o estado.

    Lançado pela primeira vez pelo Instituto Sou da Paz em 2018, o IECV foi criado para facilitar uma avaliação que agregue várias dimensões da violência e da segurança pública no estado de São Paulo, analisando diferentes tendências criminais e permitindo uma comparação das estatísticas e do do nível de exposição da população a esses crimes entre cidades e distritos policiais ao longo do tempo.

    O IECV é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga). São analisados, segundo esses critérios, todos os municípios do estado com ao menos 50 mil habitantes.

    Nesta edição foi possível perceber que enquanto a média das cidades analisadas no IECV de 2021 foi de 7,57 para todos os municípios paulistas com mais de 50 mil habitantes; em 2022, o índice cresceu para 8,61. Quando analisadas apenas as 10 cidades com os piores índices, como Peruíbe, Caraguatatuba, Mongaguá e Cruzeiro, no topo do ranking, a média vai para 14,2, em 2021, e 15,4, em 2022. 

    Municípios com os maiores IECV em 2021:

    Fonte: Instituto Sou da Paz

    Municípios com os maiores IECV em 2022:

    Fonte: Instituto Sou da Paz

    Para efeitos de comparação da taxa, as cidades mais bem rankeadas em 2021, Pirassununga, Santa Bárbara d’Oeste e Capivar, possuem taxa de 1,37, 2,62 e 2,84 respectivamente. Já em 2022, Capivari, Pirassununga e Nova Odessa estiveram entre os três melhores indicadores, com taxas de 1,71, 2,26 e 2,95 respectivamente. 

    A análise revelou que todos os subíndices que compõem o IECV – Vida, Dignidade Sexual e Patrimônio – tiveram pioras de um ano para o outro. O que teve agravante mais significativo foi o IECV Dignidade Sexual, que diz respeito aos crimes de natureza sexual, como o estupro, por exemplo. Em 2021, a média desse subíndice era de 14,70, já em 2022 esse número sobe para 16. 

    Os demais subíndices tiveram pioras mais sutis. Os crimes de homicídio e latrocínios são contabilizados pelo IECV Vida, que foi de 3,82, em 2021, para 4,33, em 2022. No mesmo período, o IECV Patrimônio, que avalia os roubos, passou de 5,42 para 5,76.

    Para Carolina Ricardo, diretora do Instituto Sou da Paz, além de colaborar com a gestão pública dos municípios ao chamar a atenção  para os problemas da segurança pública, com a aproximação das eleições municipais, o IECV indica caminhos para que candidatos pensem em propostas para lidar com os crimes violentos. “Ainda que com dados até 2022, temos um cenário, pelo menos, parcial da violência nesses municípios. Tanto os atuais prefeitos que vão ser candidatos quanto os novos candidatos podem partir dessa reflexão para pensar quais vão ser as prioridades e o que propor para a segurança pública que dialogue com os indicadores levantados pelo nosso IECV”.

    IECV Litoral

    Desenvolvido a partir da demanda de considerar o impacto da população flutuante das cidades litorâneas, essa edição traz o IECV Litoral como uma novidade. Sem substituir o IECV Geral, o cálculo foi ajustado para considerar as altas temporadas turísticas. Essa era uma demanda desde o início da série histórica do índice, em 2014, já que algumas cidades do litoral ocupavam constantemente as piores posições.

    Embora a aplicação do cálculo do IECV Litoral tenha provocado reduções no índice geral, o relatório revela que os municípios que figuram na lista dos piores IECV Geral tiveram um desempenho tão negativo que as posições não tiveram alterações significativas, mesmo depois do ajuste. Em 2021, Peruíbe, Mongaguá, Caraguatatuba e Itanhaém estiveram entre os 10 piores IECV Litoral e IECV Geral. Já em 2022, Ubatuba, Itanhaém e Bertioga se juntam a estas cidades nas duas listas. 

    No entanto, os municípios do litoral paulista Guarujá, São Vicente, Cubatão e Santos, que já possuíam índices menores que 10, beneficiaram-se do cálculo do IECV Litoral, melhorando suas posições. Dessa forma, a hipótese de que o fluxo de turistas na alta temporada impactava no aumento dos crimes de patrimônio, não se demonstrou real. 

    Na tabela abaixo é possível observar um comparativo entre a posição que os municípios litorâneos ocupavam antes do cálculo do IECV Litoral e após a readequação, sendo que “O” significa posição original e “L” a posição com o IECV Litoral.  

    Comparação do efeitos do IECV Litoral no ano de 2021:

    Fonte: Instituto Sou da Paz

    Comparação do efeitos do IECV Litoral no ano de 2022:

    Fonte: Instituto Sou da Paz

    O IECV, porém, não pode ser visto meramente como um ranking de municípios com um maior ou menor grau de exposição a crimes violentos, segundo Carolina Ricardo. O indicador é uma ferramenta que permite uma visão mais ampla dos cenários municipais, permitindo um melhor embasamento para elaboração de políticas de segurança pública pelos gestores municipais.

    “Esse dado pode possibilitar que as prefeituras acendam a luz amarela para os casos dos crimes que estejam aumentando ou diminuindo, colocar na centralidade da política municipal a questão da segurança, chamar o gestor para sua responsabilidade para pensar em ações que minimizem os crimes violentos”, avalia a diretora do Instituto Sou da Paz.  “Tem várias medidas que o município pode tomar, como criar redes de apoio com a saúde, educação, assistência social e outras áreas também, mas sempre em parceria com a sociedade civil”, diz.

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