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    O Globo | Violência armada já custou R$ 4,2 milhões ao ano à saúde pública no Rio; homens negros jovens são o alvo, revela estudo

    4 de janeiro de 2024 às 02:50

    Em 2022, o SUS gastou em média R$ 2.675,29 por internação devido a tiros

    Reportagem publicada pelo O Globo (clique para acessar o texto original), sobre a segunda edição da análise Custos da violência armada no sistema público de saúde

    A segunda edição do estudo “Custos da Violência Armada no Sistema Público de Saúde”, realizado pelo Instituto Sou da Paz, mostra que homens representam 92% das internações por arma de fogo no Rio, sendo 72% deles negros. Em 2018, a violência armada chegou a custar mais de R$ 4,2 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) carioca. Mesmo com os custos e cuidados hospitalares, segundo os dados da pesquisa, a maioria dos internados morre.

    Os dados do estudo mostram os gastos do governo federal com internações hospitalares para o tratamento de vítimas de arma de fogo, uma das principais causas de mortalidade da população brasileira como um todo. Só no Estado do Rio, 78% dos internados por tiro em 2022 morreram.

    Entre 2012 e 2022, o Rio registrou 36.299 óbitos provocados por arma de fogo. O atendimento em hospitais ou unidades de saúde por ferimento à bala custou, em média, R$ 2.675,29 por internação em 2022 ao SUS.

    Somente em 2022, foram registrados 1.468 internações para tratamento de ferimentos feitos por arma de fogo — meio utilizado para mais de 70% dos homicídios cometidos no Brasil, principalmente de pessoas negras e jovens. Como estes atendimentos, foram gastos cerca de R$ 3,9 milhões pelo SUS. Não há informações que permitam estimar custos de outros tipos de assistência a feridos (que não passaram por internação).

    A coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme, explica que os números não incluem os casos em que as vítimas morrem antes de serem socorridas, por exemplo. Sendo assim, os valores estimados da pesquisa não retratam ao todo o custo da violência armada.

    — A nossa metodologia tratou dos casos de internação causada pela violência armada e como isso impacta ao sistema público de saúde. Mostrando, por exemplo, como as internações por lesões de tiro custam mais do que por outras causas comuns — explica a coordenadora da pesquisa.

    Os números demonstram ainda que as internações causadas por arma de fogo custam 3,2 vezes mais do que o gasto federal na saúde per capita — indicador que ajuda a medir o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região—; já as internações de alta gravidade por lesão de tiros custam 5,2 vezes mais do que o gasto federal na saúde.

    No Rio, ainda segundo o estudo, cerca de 77,6% das internações decorrentes de ferimentos por arma de fogo em 2022 foram causadas de maneira intencional; 17,7% acidental; e 3,9% por intenções indeterminadas. Nas internações de crianças e adolescentes, 82,6% são por agressão em meio a tiro e 14,7% das lesões são causadas por acidentes.

    Adultos e jovens entre 20 e 29 anos são as principais vítimas de ferimento a bala (41,5%) no Rio de Janeiro, seguidos de adultos entre 30 e 59 anos (37%), crianças e adolescentes (18,9%) e idosos com 60 anos ou mais (2,7%).

    Os microdados da pesquisa do Instituto Sou da Paz foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Confira na lista abaixo a média de gasto por internação ao ano (os valores monetários nos anos anteriores a 2022 não estão atualizados pela inflação):

    • Em 2012 foram 1.035 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.652,81;
    • Em 2013, foram 1.373 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.464,95;
    • Em 2014, foram 1.637 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.568,26;
    • Em 2015, foram 1.540 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.495,71;
    • Em 2016, foram 1.708 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.678,00;
    • Em 2017, foram 2.279 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 1.902,66;
    • Em 2018, foram 2.026 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 2.096,02;
    • Em 2019, foram 2.102 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 2.107,66;
    • Em 2020, foram 1.508 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 2.256,14;
    • Em 2021, foram 1.743 internações; a média do custo em cada uma foi de R$ 2.349,60.

    Em âmbito nacional, para dar dimensão das despesas públicas com saúde devido à violência armada, o estudo enfatiza ainda que com o montante despendido em 2022 poderiam ser realizados, por exemplo: 40,5 milhões de testes rápidos de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), 10 milhões de hemogramas completos e quase 1 milhão de mamografias.

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