CONTATO

Entre em contato pelo telefone
(11) 3093-7333, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; pelo e-mail atendimento@soudapaz.org, ou envie uma mensagem por meio do formulário a seguir:


Assessoria de Imprensa

Envie seu pedido de informação ou entrevista, com prazo, para
imprensa@soudapaz.org


    NOTÍCIAS

    G1 | Veja quais são as diferenças entre ‘bean bags’, munições adotadas pela PM de SP, e balas de borracha, que estão deixando de ser usadas

    27 de setembro de 2023 às 11:49

    Polícia investiga se munição menos letal atingiu e matou são-paulino Rafael Garcia durante confronto entre a Polícia Militar e torcedores, no domingo (24) perto do estádio do Morumbi. ‘Bean Bags” vêm sendo usadas desde 2021 para substituir gradativamente os elastômeros.

    Reportagem publicada pelo G1 (clique para acessar o texto original)

    As “bean bags”, munições menos letais adotadas pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, estão sendo usadas desde 2021 pela corporação para conter distúrbios urbanos. O objetivo da PM é o de que o artefato substitua gradativamente as balas de borracha. Veja acima um quadro com a diferença entre elas.

    “Beans bags”, que recebem o nome de “sacos de feijão”, numa tradução literal do inglês para o português, são na prática pequenas esferas de chumbo envoltas por plástico que ficam dentro de sacos de tecido sintético. Balas de borracha recebem o nome técnico de elastômero. As duas munições são acopladas a cartuchos e disparadas por armas de fogo. Mesmo assim são consideradas de “menor potencial ofensivo”, segundo a Polícia Militar.

    As “bean bags”, munições menos letais adotadas pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, estão sendo usadas desde 2021 pela corporação para conter distúrbios urbanos. O objetivo da PM é o de que o artefato substitua gradativamente as balas de borracha. Veja acima um quadro com a diferença entre elas.

    “Beans bags”, que recebem o nome de “sacos de feijão”, numa tradução literal do inglês para o português, são na prática pequenas esferas de chumbo envoltas por plástico que ficam dentro de sacos de tecido sintético. Balas de borracha recebem o nome técnico de elastômero. As duas munições são acopladas a cartuchos e disparadas por armas de fogo. Mesmo assim são consideradas de “menor potencial ofensivo”, segundo a Polícia Militar.

    Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) quer saber se o artefato que atingiu a cabeça de Rafael é uma “bean bag”. Um objeto parecido foi encontrado na nuca do torcedor. Além disso, mais três artefatos similares foram apreendidos na região.

    Também é apurado se alguma outra pessoa, talvez um outro torcedor, tenha atirado, e o disparo atingiu o rapaz, que tinha 32 anos e tinha deficiência auditiva. Esse tiro poderia ser uma bala de arma de fogo ou até mesmo um rojão. Contudo, são só hipóteses.

    O caso é investigado como homicídio durante tumulto. A causa da morte do torcedor ainda não foi informada; depende do resultado de exames periciais que ainda não ficaram prontos. Mas a declaração de óbito da vítima, feita por um médico, já aponta que morte por disparo de arma de fogo.

    Falta saber que tipo de objeto feriu a nuca de Rafael. O boné que ele usava tem um furo na parte de trás. “Bean bags” são munições disparadas geralmente por espingardas calibre 12. O mesmo tipo de arma é usado para fazer disparos de balas de borracha.

    ‘Bean bags’ têm de ser disparadas a 6 metros

    Segundo protocolos da PM, as “bean bags” têm de ser disparadas a uma distância mínima de 6 metros, enquanto as balas de borracha precisam de 20 metros para ter segurança de que não causará um dano maior a quem for atingido.

    A aquisição das “bean bags” pela PM começou durante a pandemia de Covid. À época, a corporação alegou que o elastômero (nome técnico da bala de borracha) apresentou problemas testes, como desvios de trajetória do tiro, o que colocaria pessoas em risco.

    A PM investiu cerca de R$ 620 mil para comprar mais de 20 mil “bean bags” da Safariland, empresa dos Estados Unidos, responsável pela produção da munição. Mais de 170 mil balas de borracha foram devolvidas à Condor S/A, a fabricante nacional, por causa de “inconformidades”, segundo a Polícia Militar. A empresa nega as falhas e desde então essa questão tem sido debatida entre as partes.

    Reduz ferimentos letais, diz PM

    De acordo com a corporação, a “bean bag” seria uma munição que causaria menos machucados em quem for atingido por elas em comparação com a bala de borracha.

    “A instituição substituirá gradativamente as munições de elastômero pelas ‘bean bags'”, informava trecho da nota divulgada ela SSP em junho deste ano para comentar a nova munição. “Estudos técnicos apontam vantagens no uso das ‘Ben Bag’, entre eles: são projetadas para dispersão de energia sobre uma área mais ampla, o que ajuda a reduzir o risco de ferimentos graves ou letais; capacidade de minimizar o risco de penetração em tecidos moles, como a pele humana.”

    Vídeos gravados por torcedores neste final de semana e que circulam nas redes sociais mostrar PMs usando armas de fogo para disparar contra são-paulinos.

    SSP e PM não respondem sobre tipos de munições

    Desde terça-feira (26), o g1 e a TV Globo perguntam a Secretaria da Segurança Pública (SSP), responsável pela PM, e a própria corporação, qual tipo de munição menos letal foi usada pelos policiais militares na ação para impedir atos de vandalismo cometidos por são-paulinos do lado de fora do estádio. Mas até essa quarta (27), a pasta e a PM não quiseram responder a esses questionamentos.

    Por meio de nota, enviada logo após o caso, a pasta e a PM haviam informado que policiais agiram para impedir atos de violência da torcida. E que a corporação irá apurar a conduta dos seus agentes para saber se eles agiram corretamente.

    “A polícia interveio com técnicas de menor potencial ofensivo, como jatos d’água e gás de efeito moral. É importante ressaltar que a polícia não usou nenhuma ferramenta ou munição letal para dispersar o tumulto”, informa trecho do comunicado enviado à imprensa.

    Em 2016, a Justiça paulista chegou a condenar o governo de São Paulo a pagar R$ 8 milhões por danos morais e sociais por causa de violência policial nas manifestações de 2013, quando diversas pessoas ficaram feridas, principalmente por balas de borracha disparadas pela PM.

    O DHPP vai analisar todas as imagens de vídeos que circulam nas redes sociais e mostram a confusão para tentar identificar de onde partiu o disparo que atingiu Rafael. Além disso, a investigação procura câmeras de segurança no entorno da região bem como solicitou filmagens ao clube do São Paulo do lado de fora do estádio.

    “Procurar mais imagens, né? Para saber. E aí, quem faz esse arremesso ou esse disparo, com algum equipamento diferenciado? Para onde foi, né? Quem é? Quem foi?”, afirmou a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo, aos jornalistas.

    Até a última atualização desta reportagem, nenhum suspeito pelo crime foi identificado ou detido pela polícia.

    Segundo Bruno Langeani, diretor da área de Sistema de Justiça e Segurança do Instituto Sou da Paz, que tem estudos sobre armas e munições usadas por policiais, disse ao g1 em junho, há casos de mortes decorrentes do uso incorreto das “bean bags”.

    “Apesar de ‘bean bag’ ter menos chance de penetração no corpo, seu uso errôneo e em curtas distâncias também podem gerar graves lesões”, disse Bruno. “Assim como no caso do elastômero [onde há registros de lesões graves e até morte], também o uso de ‘bean bag’ não é inofensivo e já gerou mortes, como no caso do manifestante colombiano Dilan Cruz em 2019.”

    QUER FAZER PARTE?

    APOIE O SOU DA PAZ

    A Paz na Prática acontece com você.

    Cadastre seu e-mail e receba nossas comunicações