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    G1 | Mais de 5,3 mil munições legais foram desviadas para o crime em 4 anos no ES

    19 de outubro de 2023 às 02:13

    Residência é o principal local onde extravios ocorreram e representam 45% das ocorrências registradas no Espírito Santo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.

    Reportagem publicada pelo G1 (clique para acessar o texto original) sobre o levantamento do Instituto Sou da Paz, em parceria com o Governo do Estado do Espírito Santo

    Um total de 5.394 unidades de munições legais foram roubadas, furtadas ou extraviadas para o mercado ilegal no Espírito Santo no período entre 2018 e 2022. As residências foram os locais onde a maior parte desses desvios aconteceu. Os dados foram divulgados a partir de um levantamento inédito do governo do estado, em parceria com o Instituto Sou da Paz, e divulgados na primeira edição do Anuário Estadual da Segurança Pública, lançado este mês.

    Segundo os dados, 45% das ocorrências foram registradas dentro de casas. Isso representa uma média de 43 unidades de munição levadas por ocorrência. Em seguida, estão as vias públicas, com 30% dos extravios.

    As repartições públicas aparecem em apenas 2% das ocorrências, mas tiveram a maior média de quantidade de munição levada, com 101 unidades por ocorrência.

    Já em relação aos municípios em que essa situação de extravio mais aconteceu, Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica se destacam, somando 53% das ocorrências totais.

    Natália Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, aponta que o controle da circulação legal de munições e o combate ao seu tráfico são elementos fundamentais na prevenção e no combate à violência armada e ao crime organizado. Mas esse tipo de estudo e o combate ativo ainda são pouco praticados no país. 

    “Só existem duas pesquisas no Brasil com esse tipo de análise, uma feita no Rio de Janeiro há alguns anos, e essa feita agora no Espírito Santo. As duas conduzidas pelo Instituto Sou da Paz”, falou. 

    Ela explica que é muito importante quantificar esses dados para entender os caminhos que se deve tomar em futuras investigações, saber entender os padrões e a dinâmica das operações criminosas.

    g1 conversou com Pablo Lira, especialista em segurança pública e diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, parceiro na divulgação dos dados. Ele aponta que o Estado do Espírito Santo foi pioneiro ao adotar o Modelo Integrado de Controle de Armas, e é um dos poucos do país a implementar uma Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme), que tem realizado operações importantes para retirar armas do crime.

    “Não temos como falar de munição sem falar de arma de fogo, um leva ao outro e, geralmente, os dois estão atrelados. Hoje, temos um arsenal de munição circulando, com tendência de se agravar nos próximos anos. A polícia não pode apenas se armar, mas também de inteligência, tecnologia, para retirar as armas das mãos dos criminosos”, explicou. 

    Mais de 260 mil munições apreendidas

    A análise do Instituto Sou da Paz e do governo do estado também se debruçou sobre o perfil das apreensões de munições nesse mesmo período, de janeiro de 2018 a junho de 2022. Foram identificadas 14 mil ocorrências envolvendo 269 mil unidades de munição, uma média de 16 ocorrências por dia. Calibres de pistolas, revólveres e carabinas somam 3 de cada 4 apreensões.

    A média de munições apreendidas por ocorrência foi de 19 unidades, havendo 26 ocorrências com mais de 500 unidades e 10 ocorrências com mais de mil unidades. 

    Assim como nos casos de desvio, vemos uma tendência de aumento das ocorrências de apreensão. No entanto, na comparação entre tipos de locais onde a munição foi encontrada e o ritmo de crescimento de casos são diferentes. A via pública soma 62% das ocorrências, já as residências somam 25% do total.

    Das 26 maiores ocorrências de apreensão, em apenas uma houve troca de tiros em confronto, o que pode indicar que operações mais planejadas, as que atingem maiores quantidades, tendem a ser mais eficazes e com menos violência.

    A mudança no perfil das marcas de munições apreendidas, o aumento de casos envolvendo residências e a presença de grandes apreensões envolvendo pessoas com registro legal ou clube de tiro também sinalizam para a possibilidade de maior proximidade com o mercado legal, que teve normas de controle flexibilizadas entre 2019 e 2022.

    “As pessoas conseguiram comprar calibres que antes não eram acessíveis. Já temos também a maioria de munições sendo de marca nacional, que reflete o crescimento do mercado doméstico. Os policiais apontaram nas conversas para o levantamento que antigamente apreendiam armas e poucas munições, agora, além da quantidade ter aumentado, elas estão mais novas e nas embalagens originais”, encerrou Natália Pollachi.

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