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    Folha de S. Paulo | Dividendos a acionistas da Taurus são 6 vezes custo da violência armada ao SUS, diz instituto

    1 de abril de 2022 às 11:26

    Matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo (acesse matéria original)

    Após crescimento de duas vezes e meio do lucro líquido, governo incluiu empresa em decreto de desoneração

    Dados compilados pelo Instituto Sou da Paz mostram que os dividendos a serem pagos aos acionistas da Taurus, empresa que domina o comércio de armas no Brasil, representam quase seis vezes o custo da violência armada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

    A empresa anunciou na última semana um lucro líquido recorde de R$ 635,1 milhões em 2021, 2,4 vezes maior em relação ao de 2020. Com este resultado, propôs o pagamento de R$ 194,3 milhões de dividendos aos seus acionistas.

    De acordo com dados compilados pelo instituto, o valor representa quase seis vezes os R$ 37 milhões de custos com internações no SUS decorrentes da violência armada. Informações coletadas no Datasus mostram mais de 35 mil mortes por arma de fogo anualmente.

    Ainda de acordo com o Sou da Paz, a empresa domina o mercado legal de armas, mas tem impacto também no ilegal. Só em São Paulo, é a fabricante de 40% dos dispositivos apreendidos; no Ceará, percentual chega a 58%.

    Mesmo assim, armas e munições foram beneficiados por decreto de fevereiro que reduziu de maneira linear em 25% o Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI).

    O lucro recorde coincide com as flexibilizações propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas regulamentações de acesso a armas de fogo.

    Em abril do ano passado, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber chegou a suspender trechos de quatro decretos de Bolsonaro editados às vésperas do Carnaval. Entre as mudanças previstas estavam o aumento do limite de posse de arma de quatro para seis para cidadãos comuns e a permissão para policiais, magistrados e procuradores comprarem até duas armas de uso restrito.

    Procurada, a Taurus informou que o Brasil representa apenas 15,8% das vendas da companhia. Afirma ainda desconhecer informações compiladas pelo Instituto Sou da Paz e que não há dados que indiquem a relação entre a comercialização legal de armas e os custos do SUS com violência armada.

    “A grande maioria dos homicídios no Brasil não são sequer solucionados pelas polícias. Boa parte do que é possível apurar envolve crimes passionais ou relacionamento próximo entre autor e vítima. Há muito mais dificuldade de apuração nas ações de quadrilhas e do crime organizado. Portanto, na maioria dos casos de violência armada não é possível sequer conhecer a origem do armamento utilizado”, diz a empresa em nota.

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