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    Capricho | Acesso às armas é um dos pontos centrais para discutir ataques em escolas

    29 de maio de 2023 às 12:07

    Estudo mostrou que casos aumentaram em número e capacidade letal a partir de 2019. Vem entender o que isso revela

    reportagem publicada pela Capricho (clique para acessar o texto original) o sobre o estudo “Raio – X de 20 anos de ataques a escolas no Brasil (2002 – 2023)” do Instituto Sou da Paz

    Desde março deste ano, quando acompanhamos uma triste sequência de ataques em escolas, pesquisadores brasileiros vem investigando mais a fundo tudo que está por trás da violência no ambiente escolar. Um mapeamento do Instituto Sou da Paz, publicado nesta semana, traz dados importantes para essa discussão. De acordo com o estudo, os casos aumentaram em número e capacidade letal a partir de 2019. Dois dos três episódios que deixaram o maior número de vítimas, inclusive, aconteceram seguintes a esse ano.

    Você deve estar se pergunta o porquê, né? Existem muitas variantes, mas a pesquisa aponta uma relação entre ao aumento das mortes com os tipos de armas utilizadas durante o crime. A quantidade de casos que tiveram armas brancas (objetos cortantes ou perfurantes) e armas de fogo como principal artefato usado na agressão é quase igual: 10 contra 11 casos. Acontece que os ataques com tiros geram três mais vítimas fatais.

    Em 2019, ano em que os números crescem, é justamente quando inicia uma política uma flexibilização do acesso às armas no Brasil pelo governo Bolsonaro. Aliás, nessa semana, um novo decreto que regulamenta o Estatuto do Desarmamento deve ser apresentado ao presidente Lula. O texto prevê que atiradores voltem a ser divididos em níveis e que só participantes de campeonatos internacionais possam obter fuzil. O governo anterior tinha acabado com os níveis e liberado que qualquer um pudesse comprar até 60 armas.

    O estudo, que analisou os 24 ataques a escolas ocorridos no Brasil entre 2002 e abril de 2023, também mostrou que em 60% dos casos, as armas de fogo já estavam na residência do agressor e pertenciam ao pai, mãe ou a outro parente que residia na mesma casa. Em 40% deles, as armas de fogo eram de um servidor da área da segurança (policial, perito, guarda) e 20% foram subtraídas de seu proprietário legal e revendidas ou vendidas diretamente por ele. A arma mais presente em ataques é o revólver 38, que foi por décadas a arma mais vendida no mercado doméstico a civis, e até hoje é usada preferencialmente por empresas de segurança privada.

    “O estudo mostra que a disponibilidade de armas em residências favorece esse tipo de crime e aumenta a letalidade, colocando em evidência o quão crucial é o controle do acesso às armas para redução da letalidade destes eventos, já que outros tipos de ferimentos com armas brancas e armas de pressão são menos graves e têm mais chances de defesa, socorro e recuperação da vítima“, disse em nota Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. Falamos do acesso às armas nesse texto, que é um tema muito relevante e vale a gente ficar por dentro, viu? Mas, como já discutimos aqui na CAPRICHO, o problema dos ataques nas escolas envolve diversos aspectos psicológicos, políticos e sociais. É complexo e não existe uma única razão. Justamente por isso é legal ficar ligado nos estudos e pesquisas que estão buscando compreender melhor o fenômeno. Esse conhecimento é essencial para a construção de políticas públicas eficazes para a prevenção e rápida resposta a casos como o do jovem de 13 anos que matou a professora na Vila Sônia em São Paulo e antecedeu outros ataques no fim de março.

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