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O Instituto Sou da Paz, organização não governamental (ONG) que atua para redução da violência no Brasil, afirma que algumas falas vistas como “políticas” por alguns comandantes da ativa da Polícia Militar de São Paulo sobre a participação de PMs nas manifestações do dia de 7 de setembro são “preocupantes”. A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) também emitiu citando o mesmo sentimento.
A publicação da ONG foi feita horas depois que o governador do estado, João Doria (PSDB), afastou o coronel Aleksander Lacerda, comandante do Comando de Policiamento do Interior 7 (CPI-7), de Sorocaba, por indisciplina.
“Temos acompanhado com atenção o fenômeno da politização das forças de segurança ao longo dos últimos anos, que denominamos policialismo, e suas consequências para a segurança pública e para a democracia”, afirma a nota.
O instituto defende que a polícia deve ser técnica, profissional, valorizada e democrática, orientada para a proteção da comunidade, para a prevenção da violência e o controle do crime, e condena a politização dos profissionais.
“Isso fragiliza a corporação e compromete o exercício de suas missões constitucionais. As instituições comprometidas com a consolidação e preservação do Estado Democrático de Direito no Brasil devem repudiar energicamente toda e qualquer tentativa de ataque aos poderes constituídos”, completa.
Também hoje, a OAB-SP emitiu nota com o título “Democracia, Sempre. Autoritarismo, Não!” em que afirma que se preocupa “com as manifestações em redes sociais de membros das forças pública convocando os seus comandados para ato que visa atacar o Supremo Tribunal Federal, o Governo de São Paulo, as instituições da República e a Democracia”.
Segundo a nota, assinada pelo presidente da OAB-SP, Caio Augusto dos Santos Silva, “o direito de crítica às autoridades não se confunde com a quebra de hierarquia e respeito aos preceitos constitucionais, tanto federal como estadual”.
O ato do dia 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, tem sido promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em meio à tensão entre os Poderes. O chefe do Executivo já acenou com a possibilidade de comparecer à manifestação em São Paulo, que será realizada na Avenida Paulista.