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    NOTÍCIAS

    UOL | Sob Bolsonaro, PF tem pior desempenho em apreensão de armas desde 2013

    10 de novembro de 2022 às 01:00

    Reportagem publicada pelo UOL(clique para acessar o texto original)

    Um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz revela que o rendimento da PF (Polícia Federal) na apreensão de armas de fogo caiu durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e teve o pior desempenho médio desde 2013. A PF foi procurada para comentar os dados, mas não respondeu. Os dados de 2013 e 2021 foram obtidos pelo instituto por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) e foram repassados à coluna.

    No mesmo período, o número de armas em circulação explodiu no país, em especial após 2019, com a liberação armamentista por meio de decretos e portarias do governo Bolsonaro, que ampliou o acesso de civis às armas de fogo. Somente o Sigma possuía, até agosto, registro de 1.731.295 armas de fogo na mão dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores). A média de registros mensais de novas armas explodiu nos últimos anos, alcançando o pico nos meses de julho e agosto —37 mil novos registros em média nesses meses.

    Armas de CACs registradas por mês no Brasil

    Se compararmos a média anual de armas apreendidas pela PF entre 2019 e 2021, ela está 11% menor do que a do governo de Dilma Rousseff (PT) e 17% a menos do que o governo de Michel Temer (MDB).

    Média anual de armas de fogo apreendidas por governo:

    Dilma Rousseff (2013-2016): 2.090

    Michel Temer (2017-2018): 2.244

    Jair Bolsonaro (2019-2021): 1.865

    Se comparadas em números anuais, as apreensões da PF sob Bolsonaro tiveram desempenho acima somente do ano de 2013, quando foram apreendidas 1.549 armas de fogo.

    2013 – 1.549

    2014 – 2.387

    2015 – 2.063

    2016 – 2.362

    2017 – 2.343

    2018 – 2.146

    2019 – 2.005

    2020 – 1.702

    2021 – 1.888

    Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, aponta dois pontos principais para serem levados em consideração.

    “Primeiro, percebe-se as vezes em que as áreas técnicas se manifestaram sobre a política de armamento do governo, e o governo foi ignorando ou simplesmente foi deixando de consultar essas as áreas técnicas de armas”, diz. Em segundo lugar, ressalta a falta de priorização na política de combate às armas ilegais. “Isso fica claro quando a gente analisa as portarias e os decretos publicados.”

    Langeani afirma que os dados se tornam ainda mais fortes quando comparados com a média de armas apreendidas pelas polícias estaduais. Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, por exemplo, foram 111,9 mil armas apreendidas ao todo no país —um número que vem crescendo—, e apenas 1,6% foi apreendido por todas as polícias em 2022

    “Mas armas legais em circulação refletem também em mais armas para o crime, por isso, na maior parte dos estados, estamos vendo aumento de apreensões. Essa flexibilização [para aquisição, porte e posse] coloca mais armas no mercado legal, mas facilita também a alta no ilegal.”

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