Relatos de estupro de menores de 14 anos ou pessoas com deficiência caíram em 16% no primeiro semestre de 2020
(Assista a entrevista de Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, para a reportagem na TV Cultura, mencionando o relatório “Análise das ocorrências de estupro de vulnerável no estado de São Paulo”, compilado pelo Instituto Sou da Paz, em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo e Unicef)
Relatório aponta que o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 impactou na violência sexual contra menores de 14 anos e pessoas com alguma deficiência ou transtorno.
Dados da UNICEF, do Instituto Sou da Paz e do Ministério Público do estado de São Paulo mostra que em todo o ano de 2019, mais de 9.200 casos de estupro de vulnerável foram registrados, ou seja, mais de um caso por hora. No primeiro semestre de 2020, as denúncias caíram quase 16% em comparação ao mesmo período no ano anterior, o que pode indicar uma dificuldade para relatar abusos durante a pandemia.
84% dos casos aconteceram dentro de casa. Em apenas 8% dos registros há informação sobre o vinculo entre o autor e a vítima. Nestes casos, 73% dos agressores eram parentes.
A maior parte das vítimas é mulher, sendo 60% brancas e 38% negras. Entre as meninas, o pico do abuso se dá entre os 13 anos de idade. Já entre os meninos, entre os 4 e 5 anos. Ainda, 7% das vítimas tinham alguma deficiência.
A coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme, reforça a importância do desenvolvimento do políticas públicas para lidar com a situação. “Precisamos fortalecer os agentes do sistema de proteção e de garantias da criança e do adolescente para que eles possam atender essas vítimas”, diz.