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    Sou da Paz analisa participação da indústria armamentista nas campanhas eleitorais

    9 de setembro de 2014 às 04:20

    O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou no último sábado, 6 de setembro, a segunda parcial com a prestação de contas das campanhas eleitorais deste ano. Dentre os valores de doações disponíveis no site do TSE, é possível verificar que a indústria armamentista repassou, até o momento, R$ 595 mil a candidatos pelo país todo

    As doações foram feitas tanto pelas duas empresas que hoje detêm o monopólio do setor, a Taurus (armas de fogo) e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), quanto pela Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM), que tem apenas essas duas empresas (Taurus e CBC) como associadas.

    “A indústria brasileira de armas e munições mantém sua tradição de investir no financiamento de campanhas para renovar e manter forte a bancada armamentista que já ficou conhecida como ‘Bancada da Bala’ por defender seus interesses”, explica Marcello Baird, coordenador do Sou da Paz.

    Em 2006 esse grupo ajudou a eleger 17 congressistas que, juntos, receberam R$ 1,3 milhão. Em 2010 já foram 32 senadores e deputados federais eleitos que receberam uma soma de 1,5 milhão, um aumento de 17% comparado a 2006, sendo aqui apenas contabilizados os financiados eleitos em âmbito federal. Em 2010, por exemplo, o gasto total com financiamento de campanha chegou a R$ 3,2 milhões.

    Nos anos anteriores as doações foram majoritariamente feitas no último mês antes das eleições, sendo divulgadas apenas na prestação de contas final, que este ano deve acontecer em novembro. “Este ciclo eleitoral parece apresentar o mesmo comportamento, o que explicaria o motivo do valor declarado até o último sábado apresentar uma grande diferença frente ao total de 2010”, comenta Baird.

    Se nas eleições anteriores a ANIAM e a Taurus lideravam as doações, neste ano a dianteira por enquanto está com a CBC, que já soma R$ 445 mil em doações tanto para indivíduos quanto para diretórios partidários. A Taurus doou apenas R$ 150 mil, sendo R$ 100 mil destes por intermédio de sua subsidiária Amadeo Rossi, fabricante de armas comprada pela Taurus em 1997. Chama a atenção a concentração partidária em apenas 5 legendas: PMDB, DEM e PDT receberam uma média de R$ 171 mil cada. Já o PSD e o PTB receberam parcelas de R$ 50 e R$30 mil, respectivamente. Seguindo o padrão de outras eleições, também há grande concentração regional, pois mais da metade das doações foram destinadas à região Sul, especialmente para o Rio Grande do Sul, onde fica a fábrica da Taurus.

    Dentre as nove doações individuais, sete foram para candidatos a deputado federal, o que se justifica pelo fato de a regulamentação do controle de armas ser de competência do Congresso Nacional. Entre os candidatos, quatro já haviam recebido doações da indústria de armas nas eleições de 2010: Paulo Skaf e Alceu Moreira Silva do PMDB, Darci Pompeo de Mattos do PDT e Onyx Lorenzoni do DEM. Por enquanto, apenas um candidato a deputado estadual e um candidato a governador, Paulo Skaf (PMDB/SP), receberam recursos da indústria. Enquanto o primeiro recebeu R$ 40 mil, o candidato Skaf arrecadou R$ 100 mil, ambos da paulista CBC.

    O Sou da paz seguirá monitorando a prestação de contas final desta eleição e acompanhará de perto a nova legislatura que se inicia em 2015.

    Veja, abaixo, a tabela em ordem decrescente dos valores doados:

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