Metade da população paulistana já foi vítima de roubo ou furto nos últimos 10 anos. É o que aponta um estudo sobre vitimização na cidade de São Paulo realizado pelo Insper (Insituto de Ensino e Pesquisa) e apresentado na última semana no 3º Fórum Insper de Políticas Públicas, realizado na capital paulista.
De acordo com a pesquisa, feita entre abril e maio de 2013 com 3 mil pessoas, e comparada com estudos de 2003 e 2008, do mesmo Instituto, 60% dos roubos e furtos na cidade são de aparelhos celulares. Outro dado que chama atenção é que a maioria das vítimas não leva o fato ao conhecimento da polícia, por medo de represálias ou por achar perda de tempo.
“O roubo é a modalidade criminosa que mais afeta a sensação de segurança da população, por isso é preciso aprimorar as investigações e esclarecimentos dos crimes para definir estratégias inteligentes que consigam reduzi-los”, afirma Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz (foto).
Segundo o professor Naercio Menezes Filho (foto), que coordenou a pesquisa, os crimes de estelionato, como fraudes em cartões de crédito, cresceram mais de 300% nos últimos 10 anos, enquanto os casos de agressões apresentaram queda. “Os crimes virtuais oferecem maiores ganhos e menores riscos aos criminosos, pois eles não precisam usar a violência contra as vítimas e também não terão de confrontar a polícia nas ruas”, afirma.
Inteligência
O uso da tecnologia nas polícias foi um dos pontos destacados pelos especialistas no encontro. “Devemos unificar o banco de dados das polícias Civil e Militar para aprimorar a informação e agir com mais inteligência no combate ao crime”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Estado Fernando Grella Vieira.
Já o professor Cláudio Beato Filho, titular do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), citou exemplos internacionais do uso bem sucedido de ferramentas virtuais. “A polícia de Chicago [EUA] começou a patrulhar o Twitter como patrulha as ruas, e assim conseguiu agir preventivamente e identificar gangues que combinavam seus planos nas redes sociais e criminosos que postavam fotos com armas”.
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