O Instituto Sou da Paz e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública lamentam a saída de Arthur Trindade, secretário da Segurança Pública do Distrito Federal. Confira abaixo a nota das instituções:
É com tristeza que recebemos a notícia da saída do secretário Arthur Trindade Maranhão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Independentemente de suas motivações e das circunstâncias que o levaram a deixar o cargo, é inegável que sua exoneração representa uma oportunidade perdida pelo DF em desenvolver políticas públicas de segurança sob outro prisma. Sua breve gestão acertadamente priorizou a transparência e divulgação dos dados criminais, na aposta na cooperação intensa com a sociedade civil e, principalmente, na condução de ações integradoras e objetivas para a redução de homicídios e a devolução da sensação de segurança à população de Brasília.
Seu esforço para que a SSP não fosse órgão meramente ornamental se traduziu na construção do programa Viva Brasília, ação essa que acertadamente buscou experiências modernas e exitosas na gestão da segurança pública em outros estados brasileiros que conseguiram ao longo dos últimos anos reduzir indicadores criminais.
Como apontou o agora ex-secretário em sua carta de demissão, apesar das condições favoráveis para um distrito federal seguro (maior orçamento para a pasta do país, em termos proporcionais; efetivo bem pago e bem treinado, território relativamente pequeno), o DF não havia logrado êxito até então na redução de seus indicadores criminais e diminuição da violência. Não à toa, a aposta do governador Rollemberg foi na construção de uma secretaria que pudesse conduzir uma política de segurança com controle, transparência e participação da sociedade civil.
O duro caminho na evolução da gestão da segurança pública – na busca de maior eficiência e impacto nas ações dos órgãos policiais sem descuidar-se da promoção de direitos – passa pela condução corajosa e inovadora de seus gestores. Esperamos que a saída de Arthur Trindade Maranhão à frente da SSP-DF possa, ao menos, soar um alarme para o DF e outras SSPs em todo país para mostrar que transparência e controle são instrumentos de valorização institucional e profissional e, portanto, devem ser estimuladas.