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    Mitos sobre o desarmamento

    10 de março de 2014 às 03:45

    O tema desarmamento sempre gera polêmica e diversos mitos. Normalmente as pessoas passam a acreditar em suposições do senso comum e deixam de ir a fundo na pesquisa sobre as verdades e lendas que o assunto carrega. Para isso, o Instituto Sou da Paz esclarece algumas questões.

    Mito: A campanha do desarmamento só recolhe arma velha, enferrujada, que nem funciona mais!

    Instituto Sou da Paz: Não é verdade. Além disso, as armas são instrumentos letais que duram tranquilamente de 30 a 40 anos. Elas também caem nas mãos de criminosos e ajudam a aumentar a violência. A pesquisa do Instituto Sou da Paz que analisou mais de 14 mil dados de armas apreendidas na cidade de São Paulo mostrou que 64% delas foram fabricadas antes do Estatuto do Desarmamento entrar em vigor há 10 anos. Quase 30% delas foram fabricadas até a década de 1980, ou seja, a arma é velha, mas funciona, assusta e mata.

    Mito: O Governo gasta milhões do bolso do brasileiro com indenizações pelas armas entregues.

    Instituto Sou da Paz: O Ministério da Saúde, no estudo “Morbidade por acidentes e violências no Brasil”, estimou em R$ 250 milhões o que o Estado gasta anualmente com internações decorrentes de armas de fogo.  O gasto do Ministério da Justiça em indenizações da Campanha do Desarmamento de 2011 a 2013 não chegou a R$ 11 milhões. A opção do Estado mostra que o investimento da Campanha pode economizar recursos públicos, além de salvar vidas.

    Mito: O povo já disse NÃO ao desarmamento no referendo de 2005. É a vontade da maioria, não precisamos mais questionar o assunto.

    Instituto Sou da Paz: O referendo de 2005 trouxe a seguinte questão para decisão da sociedade: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? Dos votantes, 63,9% responderam “não” a esta pergunta, e por isso a aquisição de armas de fogo no Brasil continua sendo possível.

    Mais de 72 mil armas foram adquiridas por pessoas físicas no Brasil, o que demonstra que o resultado do referendo não está sendo desrespeitado.

    Para os interessados em possuir armas em casa o Estatuto estabelece regras bastante objetivas e fundamentais para evitar o mau uso das armas, como não ter antecedentes criminais, ser maior de 25 anos, passar por exame técnico e psicológico, justificar uma legítima necessidade, entre outras.

    Mito: Vocês só querem desarmar o cidadão de bem!

    Instituto Sou da Paz: Esta é uma falsa polêmica. Primeiro vale esclarecer que a Campanha do Desarmamento é voluntária. Mais de 500 mil pessoas escolheram entregar suas armas por vontade própria e frente a uma conscientização de que armas trazem uma falsa sensação de segurança. O Instituto Sou da Paz cobra do poder público a ação para retirada de armas em circulação em todas as frentes. No Estado de São Paulo o número de armas ilegais apreendidas supera com folga o número de armas entregues voluntariamente. Em 2013 foram apreendidas mais de 18 mil armas de fogo pelas polícias estaduais. No mesmo ano foram entregues cerca de 8.500 armas na Campanha do Desarmamento. Ou seja, para cada arma entregue, mais de duas armas ilegais foram apreendidas, isto sem contar as armas recolhidas por outras forças, tais como Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

    Incentivar pessoas que não necessitam, não querem e não sabem manusear armas de fogo a entregar esta arma para destruição pelo Estado é uma política pública eficaz para evitar que estas armas caiam em mãos erradas.

    Clique aqui para mais informações dos mitos e também do Estatuto do Desarmamento.

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