Recente levantamento do Instituto Sou da Paz, com base em dados registrados no Tribunal Superior Eleitoral, mostra o tamanho da nova bancada da bala, que assume em 2015, e revela que a iniciativa trouxe benefícios palpáveis ao setor, como o PL 3722/2012, que revoga o Estatuto do Desarmamento, e pode ser votado em breve por uma Comissão Especial formada por integrantes da bancada da bala.
A indústria privada brasileira de armas e munições, monopolizada pela Taurus e pela CBC – Companhia Brasileira de Cartuchos, destinou R$ 1.730 mil para financiar campanhas de 30 candidatos, entre eles deputados federais, deputados estaduais, senadores e governadores. A CBC foi responsável pela doação de 57% desse valor e a Taurus, pelos restantes 43%. Desse valor, R$ 520 mil foram destinados a comitês partidários e a maior parte, no valor de R$ 1.210, foram destinados diretamente a candidatos.
“O ‘esforço’ da indústria para eleger representantes foi muito bem-sucedido, pois mais de 70% dos candidatos financiados pela Taurus e pela CBC foram eleitos. A ação da indústria de armas e munições durante as eleições conseguiu ajudar a eleger 21 parlamentares, sendo 14 deputados federais sete deputados estaduais”, comenta Ivan Marques, diretor executivo do Sou da Paz. Nenhum governador ou senador financiado por essas indústrias conseguiu eleger-se em 2014.
Apesar da indústria diversificar seu investimento (foram 13 diferentes partidos e 15 diferentes estados beneficiados), é possível notar algumas preferências importantes. O PMDB e o DEM respondem por 50% do volume recebido pelos partidos, enquanto os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo concentram 50% das doações. No caso do Rio Grande do Sul e da Paraíba, mais de 16% da bancada de deputados federais foram financiados pela indústria de armas.