Foi lançada no dia 30 de junho de 2006, na 4ª Conferência sobre Tráfico Ilícito de Armas Pequenas, em Nova York, a Coalizão Latino-americana pela Prevenção da Violência Armada (CLAVE). A Coalizão é formada por 167 ONGs da América Latina e tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência armada no continente.
No evento de lançamento, a nova organização apresentou uma série de recomendações para a Conferência da ONU como padrões mínimos para legislação nacional sobre o comércio de armas, princípios globais para governar a autorização de exportações de armas, maior controle sobre as empresas de segurança privada e um sistema único para marcação de armas e munições.
A Clave foi muito bem recebida pelos representantes governamentais que estavam presentes e muitos deles ofereceram apoio às propostas apresentadas se comprometendo a adotar medidas mais rígidas sobre o comércio de armas ou, ao menos, estudar o assunto.
“No Brasil temos visto como uma legislação boa pode salvar vidas. Depois da aprovação do Estatuto de Desarmamento observamos uma queda nos homicídios no país equivalente a 3,234 vidas poupadas, no ano de 2005. Infelizmente, muitos países na nossa região não têm uma legislação nacional como a nossa e armas não respeitam fronteiras. Por isso, é necessário pensar em soluções regionais e globais”, explicou Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz que apresentou as propostas do Clave durante o lançamento.
No dia 3 de julho, aconteceu a primeira reunião pública da Clave durante a Conferência da ONU. A reunião abordou assuntos relevantes para a prevenção da violência armada na América Latina como pesquisas e dados sobre violência entre gêneros, violência armada e crianças em violência armada organizada.
A América Latina é a região com maior índice de violência armada do mundo, onde se concentram 42% dos homicídios com armas de fogo, apesar da maioria dos países não ter conflitos armados (com exceção do Haiti e Colômbia). O risco de um homem latino-americano, com idade entre 15-29 anos, morrer vitima de arma de fogo é 28 vezes mais alto do que a média global.