Por Cesar Galvão, Anderson Colombo e Gustavo Galvão, SP2 (Assista a matéria completa no G1)
Duas companhias foram roubadas nas zonas Sul e Oeste nesta semana na cidade de SP.
Mais de 200 armas legais e 58 coletes balísticos foram parar nas mãos de criminosos em apenas 45 dias em quatro grandes ataques na cidade de São Paulo. Os criminosos invadiram duas empresas de segurança e também atacaram veículos que transportavam armamento.
Apenas quatro armas foram recuperadas até o momento e duas pessoas foram presas.
Um dos casos foi na segunda-feira (14), quando uma empresa de segurança no Butantã, na Zona Oeste da capital, foi roubada: os ladrões levaram os celulares e dinheiro dos funcionários, além de cinco espingardas calibre 12 e sete revólveres.
A Polícia Civil diz que o roubo foi comandado por um vigilante que trabalhava havia cinco dias na empresa. Segundo os funcionários, ele sacou uma arma e tirou da tomada o equipamento que gravava as imagens. Em seguida, mandou que os funcionários abrissem o cofre e o portão principal, para que outros três ladrões entrassem para pegar as armas.
Na semana passada, a ação foi em uma empresa de segurança que fica no Sacomã, na Zona Sul. Durante a madrugada, um ladrão furtou 106 armas, entre pistolas, espingardas e revólveres, e também levou 58 coletes à prova de balas. A Polícia Civil suspeita que um funcionário tenha facilitado o crime.
Na segunda-feira (14) também houve um ataque durante o transporte de armas novas na Rodovia Presidente Dutra: o caminhão de uma transportadora, com apenas dois funcionários e sem escolta, foi cercado em Jacareí, no Vale do Paraíba. Na ação, os criminosos levaram 27 pistolas, 9 revólveres e três espingardas.
Na fuga, deixaram para trás ainda uma caixa com munição para fuzis.
O mesmo tipo de ataque foi registrado em Francisco Morato, na Grande São Paulo, em janeiro: uma van, sem nenhuma proteção, transportava 101 armas. Do total, 47 foram levadas pelos criminosos, entre eles 4 fuzis.
Para o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, mais armas legalizadas em poder dos cidadãos acabam atraindo os criminosos. Isso porque atiradores podem comprar até 60 armas e colecionadores e caçadores, 30 armas.
“Estamos vendo essa enxurrada de roubo de armas e munições porque houve uma mudança drástica na legislação. Alteraram os limites que cada cidadão pode comprar e os tipos de armas e calibres que cada categoria pode acessar, há mais armas. A pessoa que desvia essa arma tanto pode fazer uso imediato em outros roubos, em outras ações criminosas, como pode repassar isso e lucrar bastante com essa atividade”, diz Langeani.