Segundo o Instituto Sou da Paz, em todos os casos os assassinos eram alunos ou ex-alunos da instituição de ensino invadida. Caso mais recente ocorreu nesta sexta no ES e deixou três mortos.
Reportagem publicada pelo G1(clique para acessar o texto original)
Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz apontou que o Brasil registrou 12 ataques em escolas nos últimos 20 anos. Em todos os casos, os assassinos eram alunos ou ex-alunos da instituição de ensino invadida.
O episódio com o maior número de vítimas ocorreu em 2011 e ficou conhecido como o Massacre de Realengo. Na ocasião, 12 pessoas morreram após um ex-aluno atirar em jovens na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio.
O caso ocorreu nesta sexta-feira (25), em Aracruz (ES), 85 km ao norte de Vitória, a capital do estado. Um assassino de 16 anos invadiu duas escolas e deixou três mortos, além de 13 feridos.
Veja, a seguir, os ataques e números do levantamento do Instituto Sou da Paz:
- Salvador (BA) – 2002 (duas pessoas feridas)
- Taiúva (SP) – 2003 (uma pessoa morta, e oito feridas)
- Rio (RJ) – 2011 (12 pessoas mortas, e 13 feridas)
- São Caetano do Sul (SP) – 2011 (uma pessoa morta, e uma ferida)
- Santa Rita (PB) – 2012 (três pessoas feridas)
- Goiânia (GO) – 2017 (duas pessoas mortas, e quatro feridas)
- Medianeira (PR) – 2018 (duas pessoas feridas)
- Suzano (SP) – 2019 (dez pessoas mortas, e 11 feridas)
- Caraí (MG) – 2019 (duas pessoas feridas)
- Barreiras (BA) – 2022 (uma pessoa morta)
- Sobral (CE) – 2022 (uma pessoa morta, e três feridas)
- Aracruz (ES) – 2022 (três pessoas mortas, e 13 feridas)
Em entrevista ao g1, a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou que a frequência de assassinatos desse tipo aumento nos últimos anos.
“Não é coincidência que os casos tenham acontecido nessa frequência ao mesmo tempo em que o número de armas nas mãos de civis é muito grande. A gente tem cerca de 1,9 milhão de armas em circulação no Brasil, segundo dados de junho de 2022. São armas registradas na Polícia Federal e Exército”, afirmou a especialista.
“Tem um conjunto enorme de armas nas mãos de civis com um baixíssimo controle. Elas circulam com muito mais facilidade. Junto com essa quantidade de armas, há um incentivo à violência, uma legitimação ao uso de armas”, diz ela.
“Temos uma comunicação institucional que afirma ‘use sua arma’. Esse resultado combina um pouco com o discurso que vem sendo feito ao longo dos últimos quatro anos.”