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    Exposição à violência no estado de SP em 2020 tem maior redução desde início da série histórica; homicídios e latrocínios aumentam

    22 de abril de 2021 às 01:07

    Cidades litorâneas como Mongaguá, Ubatuba e Peruíbe seguem entre as piores do ranking; Santa Bárbara d’Oeste, Piracicaba e São José do Rio Pardo seguem entre as cinco menores expostas à violência no estado

    A exposição à violência nos municípios paulistas em 2020 teve a maior redução desde o início da série histórica, em 2014, de acordo com a nova edição do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV), que mede a exposição à violência nas cidades do estado de São Paulo com mais de 50 mil habitantes, lançado pelo Instituto Sou da Paz. O IECV geral do estado de São Paulo caiu de 26,7 para 23,5 redução de 12% em relação a 2019.

    Acesse o relatório Índice de Exposição aos Crimes Violentos 2020

    Consulte a base de dados e confira a posição da sua cidade ou distrito da capital paulista desde 2014

    No entanto, esta edição mostra que a redução à exposição à violência em 2020 não se deu de maneira homogênea nos três subíndices que compõem o Índice de Exposição aos Crimes Violentos: enquanto o IECV Dignidade Sexual e o IECV Patrimônio do estado tiveram reduções substantivas em 2020 em comparação com o ano anterior, o IECV Vida, que reflete os homicídios dolosos e latrocínios, registrou seu primeiro aumento desde o início do cálculo do índice. 

    “Ano de pandemia, 2020 foi um ano muito peculiar e é compreensível a redução da violência contra o patrimônio, por conta da redução da circulação de pessoas, e também os crimes sexuais, já que a maioria desses crimes acontecem em casa e o isolamento social dificulta a denúncia pelas vítimas”, comenta Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. “Já os crimes contra a vida cresceram e as cidades e o estado de São Paulo têm na mão a oportunidade de entender o que está por trás desse aumento para atacarem o problema da criminalidade violenta”, comenta.

    Além disso, municípios que estiveram entre os piores IECV em anos anteriores, como Itanhaém e Mongaguá, permaneceram nas piores posições em 2020, a despeito das medidas de isolamento social e restrições de circulação devido ao combate à pandemia de Covid-19. Já Santa Bárbara d’Oeste, Piracicaba e São José do Rio Pardo que apresentaram os melhores resultados em edições anteriores seguem entre as cinco menores expostas à violência no estado.

    Lançado pela primeira vez em 2018, o IECV foi criado para facilitar uma avaliação que agregue várias dimensões da violência e da segurança pública no estado de São Paulo, analisando diferentes tendências criminais e permitindo uma comparação das estatísticas entre cidades e distritos policiais ao longo do tempo, permitindo a comparação do nível de exposição da população a esses crimes .

    O IECV é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga). São analisados, segundo esses critérios, os 141 municípios do estado com ao menos 50 mil habitantes.

    IECV da capital

    A respeito da capital paulista, enquanto os cinco DPs com os melhores Índices de Exposição aos Crimes Violentos no ano de 2020 se encontram bem distribuídos pelas regiões da capital paulista, sem grande concentração em determinada área da cidade; os cinco Distritos Policiais com os piores IECV de 2020 estão localizados no centro da cidade (Brás e Pari), e na zona leste (Guaianazes e Itaquera).

    A despeito das mudanças no cotidiano e nas dinâmicas criminais causadas pela pandemia de Covid-19 no ano de 2020, o IECV 2020 ressalta como a maior incidência da criminalidade violenta se manteve concentrada nos municípios e Distritos Policiais que historicamente registram os piores indicadores desde 2014. “Ou seja, existem elementos estruturais da incidência criminal e da atuação dos governos estaduais e municipais, que mantém as mesmas localidades como as mais expostas à criminalidade violenta, e nem mesmo em um contexto de pandemia e profunda alteração nas dinâmicas sociais alterou significativamente a concentração da criminalidade violenta no estado”, analisa Carolina Ricardo.

    Informações para imprensa:

    Izabelle Mundim – izabelle@soudapaz.org

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