O Instituto Sou da Paz vê com preocupação as notícias sobre manifestações públicas de cunho político por parte de alguns comandantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, especialmente as expressas por oficiais da ativa, que têm convocado policiais a participarem de atos políticos do dia 7 de setembro.
Temos acompanhado com atenção o fenômeno da politização das forças de segurança ao longo dos últimos anos, que denominamos policialismo, e suas consequências para a segurança pública e para a democracia. Publicamos recentemente um relatório que aborda as diversas dimensões que esse fenômeno tem assumido, os riscos que essa politização representa à sociedade, aos policiais e às próprias instituições de segurança e aponta quais medidas devem ser adotadas para preservar nossas polícias contra investidas políticas.
O Instituto Sou da Paz defende, como sempre fez, uma polícia técnica, profissional, valorizada e democrática, orientada para a proteção da comunidade, para a prevenção da violência e o controle do crime. A politização das polícias e de seus quadros, especialmente em posição de comando, fragilizam a corporação e comprometem o exercício de suas missões constitucionais.
As instituições comprometidas com a consolidação e preservação do Estado Democrático de Direito no Brasil devem repudiar energicamente toda e qualquer tentativa de ataque aos poderes constituídos. E, diante desses ataques, os comandos das corporações policiais precisam se comprometer de maneira incisiva com a indispensável manutenção da disciplina entre suas fileiras.