Por G1
esquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz, com base em estatísticas oficias da Secretaria de Segurança Pública, aponta que de cada dez prisões que acontecem no Estado de São Paulo, sete são em flagrante. Para o instituo, um sinal de que falta investigação da Polícia Civil.
O estudo, referente ao ano passado, constatou, portanto, que 70% das prisões são efetuadas pela Polícia Militar e no ato do crime ou logo depois. O levantamento também mostra que o roubo é o crime violento mais comum.
“A política de segurança está dependendo muito dessa prisão em flagrante, desse trabalho da PM. A contrapartida disso é que a gente está tendo um trabalho enfraquecido da Polícia Civil. Você tem poucas prisões feitas com uma investigação, que são prisões mais estruturadas, que acabam tendo um impacto maior para muitos dos crimes”, avalia o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani.
As prisões que dependem de investigação são cumpridas por mandados e, em 2016, mais da metade (50,2%) deles foram expedidos por crimes não violentos, como tráfico de drogas, furtos e lesão corporal. De acordo com a pesquisa, apenas 17,1% das prisões foram por crimes como roubo, homicídio e estupro.
Para Langeani, este indicador não é um bom sinal: “É muito difícil você achar uma pessoa que não tenha sido vítima de um roubo, então isso impacta muito na sensação de segurança das pessoas e isso afeta a qualidade de vida”.
“É por isso que a gente precisa chamar a atenção que as policias precisam priorizar o combate a esse crime, principalmente com arma de fogo, que é o crime que tem potencial maior de causar um dano para a vítima”, completou ele.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que desconhece a metodologia utilizada pelo Instituto Sou da Paz, mas que é equivocada a afirmação de que há negligência do trabalho investigado em relação ao policiamento ostensivo.
A pasta afirmou ainda que há particularidades das investigações que demandam tempo e prazos legais e que muitos dos flagrantes ocorrem a partir do trabalho investigativo, seja da Polícia Civil ou mesmo do setor de inteligência da Polícia Militar.
Reportagem publicada pelo G1 no fim do ano passado, mostra que a Polícia Civil perdeu 3 mil policiais desde que Geraldo Alckmin assumiu o governo estadual e sofre com o déficit de funcionários. Enquanto isto, o efetivo da Polícia Militar pouco se alterou no período: a taxa de ocupação dos cargos da instituição sempre se manteve na casa dos 95%.