Em entrevista a Natuza Nery, gerente da área do Sistema de Justiça e Segurança do Instituto Sou da Paz destaca a complexa logística para desviar armamentos e diz que operação é ‘provável encomenda do crime organizado’.
Reportagem publicada pelo G1 (clique para acessar o texto original)
Considerado o maior desvio de armas registrado pelo Exército brasileiro desde 2009, o furto de 21 metralhadoras de um quartel em Barueri, na Grande São Paulo, é uma “provável encomenda do crime organizado”. É o que explica Bruno Langeani, gerente da área do Sistema de Justiça e Segurança do Instituto Sou da Paz.
Na semana passada, desapareceram do quartel em Barueri 8 fuzis de calibre 7,62 e 13 metralhadoras de calibre .50 — uma das mais potentes armas de guerra, que medem mais de 1,70 e são capazes de derrubar aviões. Por conta do roubo, cerca de 480 militares estão há uma semana impedidos de deixar quartel.
Segundo Bruno, a potência de um armamento desse calibre pode levar uma única arma a desestabilizar a segurança pública do país inteiro.
“Para essa quantidade de armas levadas, com certeza houve um planejamento, houve participação de gente de dentro. E eu também acredito que isso já é um desvio, como vários outros, feitos por encomenda”, diz.
Em entrevista a Natuza Nery, Bruno destaca a complexa logística para furtar as 13 metralhadoras e avalia os motivos que podem ter contribuído para que as armas tenham desaparecido de um batalhão, sob os olhos do comando militar do Sudeste.
“A gente tá falando da remoção, em uma única vez, de mais de meia tonelada de objetos volumosos”, destaca Bruno.
“O mais provável mesmo é que estejamos diante de uma operação de encomenda do crime organizado e de uma operação bastante planejada.”