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    MATÉRIAS

    A cada dois dias, ao menos uma arma da polícia de SP vai parar nas mãos de bandidos

    Matéria publicada no portal R7 no dia 10 de novembro de 2014

    Só da PM, 569 armas foram roubas ou furtadas no período de 2009 a 2011

    A cada dois dias, ao menos uma arma da polícia do Estado de São Paulo vai parar nas mãos de criminosos (confira gráfico abaixo).

    O levantamento, com base em números da Corregedoria da PM referentes ao período de 2009 a 2011, considera apenas as armas pertencentes à corporação, excluindo o armamento da Polícia Civil, que também é alvo de ataques. Os dados desconsideram também as armas particulares dos policiais.

    Ao todo, 569 armas da PM foram roubadas ou furtadas nos 36 meses.

    Na última segunda-feira (3), reportagem do Fala Brasil, da TV Record, mostrou que a Polícia Civil prendeu um policial e um informante suspeitos de desviar cerca de 80 armas — entre armas curtas, fuzis e submetralhadoras — do depósito do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).

    R7 apurou que o policial detido é o investigador Francisco Ricardo Correa. O advogado dele não foi localizado.

    Na sexta-feira da semana anterior (30), o R7 revelou que uma pistola ponto 40 furtada de dentro da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) foi a mesma arma usada para assassinar, no ano passado, o soldado Genivaldo Carvalho Ferreira. A arma custou R$ 1.901 do contribuinte.

    Roubados na folga

    Entre 2009 e 2011, quase a totalidade dos casos de furtos e roubos (90%) ocorreu em ocasiões em que os policiais estavam de folga: 512 armas foram levadas dessa forma. Outras 57 armas (10%) foram furtadas ou roubadas de policiais em serviço.

    Além do armamento furtado ou roubado, outras 175 armas foram perdidas pela PM no período de 2009 a 2011. Os dados da Corregedoria da PM mostram também que, em cada quatro armas da corporação furtadas, roubadas ou extraviadas, uma é recuperada.

    Ao longo deste ano, a reportagem tentou, por meio da Lei de Acesso à Informação, obter dados mais atualizados sobre o sumiço de armas das polícias. Mas tanto o Exército, responsável por fiscalizar o armamento da PM, como a Polícia Civil alegaram haver sigilo sobre os novos números.

    Cem mil armas

    A PM de São Paulo tem um arsenal de aproximadamente 105 mil armas — o montante é definido pela Resolução do Exército 01-Coter/Res, de 4 de abril de 2011, que restringe a 105% do efetivo o total de armas das polícias militares. Os integrantes da corporação possuem, como armamento particular, quase a mesma quantidade: cerca de 97 mil armas.

    Em março do ano passado, o carregador de uma pistola, que estava em nome do soldado A.A., foi encontrada na escada de incêndio do Edifício Santo Antônio, nos Jardins, após o condomínio sofrer um arrastão. Inicialmente, os investigadores suspeitaram que o policial pudesse estar envolvido no crime. Posteriormente, a Polícia Civil descobriu que a arma usada no assalto havia sido roubada do soldado.

    PMs de São Paulo têm autorização para levar a arma da corporação para casa. Coordenador do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani afirma que a chamada “arma de carga”, deixada sob a responsabilidade de um único policial, sem compartilhamento, aumenta o controle sobre o armamento. Ele também defende a transparência sobre os números de furtos, roubos e extravios como forma de controle.

    Empresas de segurança

    A passagem de armas do mercado legal para o ilegal não ocorre apenas a partir de furtos e roubos de armas das polícias, mas também a partir de ataques a empresas de seguraça privada. Em dezembro passado, o R7 revelou que, em três anos, 3.577 armas de empresas do setor acabaram nas mãos de criminosos.

    Os dados, referentes ao período de 2011 a novembro de 2013, são da Polícia Federal, responsável por monitorar o arsenal. As 1.621 empresas de segurança com sede em São Paulo têm 66.573 armas.

    Questionada na última quinta-feira (30), e procurada novamente na terça-feira (4) e na sexta-feira (7), a Secretaria de Estado da Segurança Pública não se manifestou sobre o assunto até o momento da publicação desta reportagem.

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